Sindicatos Já Buscam Aviso Prévio Retroativo
Assim que foi aprovada lei com mudança no aviso prévio Sindicatos já buscam direitos de quem foi demitido antes da mudança.
"Uma das maiores preocupações dos empresários quando o projeto de lei
que previa o aviso prévio de até 90 dias era discutido estava na
possibilidade de ele ser retroativo. A lei foi sancionada pela
presidente na terça-feira e vale apenas para funcionários demitidos do
dia da sua publicação no Diário Oficial da União (ontem) em diante, mas
sindicatos e entidades representativas estão se movimentando para
requerer na Justiça o direito à proporcionalidade do aviso prévio. O
assunto, no entanto, divide o movimento sindical. Enquanto a Força
Sindical já orienta os sindicatos filiados a procurarem a Justiça, a
Central Única dos Trabalhadores (CUT) analisa as possibilidades
jurídicas para isso.
João Carlos Gonçalves, o Juruna, da Força, diz que ontem foi enviada
uma carta a todos os sindicatos filiados incentivando que eles orientem
os trabalhadores a entrar na Justiça. "Falamos sobre os nossos direitos
baseados no próprio Tribunal Superior de Justiça, que estava julgando
casos de trabalhadores que entraram com processos pedindo aviso prévio
proporcional antes de a lei ser sancionada. Esse direito existe desde
1988, quando a lei já garantia, no mínimo, 30 dias", explicou
Paulinho da Força, presidente da entidade, disse, em nota, que o
trabalhador demitido tem direito a fazer reclamação trabalhista nos dois
anos seguintes à demissão.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes começou
nesta quarta-feira a convocação dos trabalhadores demitidos nos últimos
dois anos para reivindicar o direito ao aviso prévio proporcional. A
entidade se baseia no fato de a Constituição de 1988 garantir esse
direito, faltando apenas a sua regulamentação pelo Congresso Nacional. A
orientação aos trabalhadores começa hoje, na sede.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa cerca de 110 mil
trabalhadores, encaminhou ao seu departamento jurídico um pedido de
análise sobre a viabilidade de ações na Justiça. O Valor apurou que é
improvável que o sindicato oriente os metalúrgicos que representa a
entrarem na Justiça. A CUT, a que os metalúrgicos do ABC são filiados,
disse que está estudando essa possibilidade desde que o projeto de lei
era votado e ainda não tem uma posição definida.
Entre os comerciários, há certo otimismo: "Vamos lutar para que os
demitidos antes de a lei valer sejam beneficiados. O assunto será
discutido com a Força [Sindical] para ver como entraremos na Justiça",
disse Luiz Carlos Motta, presidente da Federação dos Comerciários, que
desde ontem está em um congresso da categoria na Baixada Santista onde o
assunto será debatido com outros mil dirigentes.
O Sindicato Nacional dos Aeroviários entrará com uma ação na Justiça
pedindo o aviso prévio proporcional para cerca de 30 mil trabalhadores
de empresas aéreas demitidos sem justa causa desde 5 de outubro de 1988,
data de promulgação da Constituição. O processo será ajuizado na
Justiça trabalhista de Brasília, entre hoje e segunda-feira, e terá
efeito para aeroviários do Brasil inteiro.
Os bancários, que estiveram ontem em negociação com a Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban) a respeito do reajuste salarial deste ano,
ainda não têm uma posição sobre a postura que será incentivada pelo
sindicato".
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