O que a Rio +20 irá deixar para as próximas gerações?
O que a Rio +20 irá deixar para as próximas gerações? |
Na pauta das discussões da Rio +20 oficial, os dois temas principais são: "A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza" e "A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável". Para traçar definições com alcance mundial, a Conferência Rio+20 compreenderá três momentos. A III Reunião do Comitê Preparatório, iniciada dia 13 e prevista para terminar nesta sexta, tem a participação de representantes dos governos que negociam os documentos a serem adotados na Conferência. Impasses podem estender as negociações.
Mesmo assim, de sábado (16) até o dia 19 de junho, estão programados os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. Finalmente, de 20 a 22 de junho, realiza-se o Segmento de Alto Nível da Conferência. É o movimento de definir questões que irão afetar o futuro do planeta. A aguardada presença de Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas vai ter lacunas. O presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, é um dos faltosos.
Uma outra Rio+20 é possível
Se líderes mundiais de países responsáveis pelos maiores danos ao meio ambiente se negam a discutir mudanças no modelo de desenvolvimento que predomina atualmente, o mesmo não se pode dizer da sociedade civil global que, paralelo à Conferência oficial da ONU, organizou a Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental. De 15 e 23 de junho, o Aterro do Flamengo vai ferver.
“A pauta prevista para a Rio+20 oficial – a chamada “economia verde” e a institucionalidade global – é considerada por nós como insatisfatória para lidar com a crise do planeta, causada pelos modelos de produção e consumo capitalistas”, divulgam os organizadores da Cúpula. Eles lembram que há vinte anos, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio 92, bem como o ciclo social de conferências das Nações Unidas pactuaram propostas para enfrentar problemas globais, mas o que foi feito não deu um basta na miséria, injustiça social e degradação ambiental.
Assim, junto com questões ambientais locais, regionais e globais, os movimentos sociais reunidos na Cúpula dos Povos tratarão da “luta anticapitalista, classista, antirracista, antipatriarcal e anti-homofóbica.” A pauta tem três eixos: denúncia das causas estruturais das crises, das falsas soluções e das novas formas de reprodução do capital, soluções e novos paradigmas dos povos e estimular organizações e movimentos sociais a articular processos de luta anticapitalista pós-Rio+20.
O Ceará estará presente nos dois eventos por meio de representantes governamentais e caravanas de representantes dos movimentos sociais, ONGs e coletivos. Na extensa programação oficial, vale citar a realização no dia 18, do Encontro de Secretários de Meio Ambiente dos Estados e Municípios, o lançamento do Pacto Nacional das Águas e a apresentação da Carta da Caatinga, resultado de amplo debate com a sociedade dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Enquete
A ABN quis saber de representantes de Movimentos Sociais:
1. O que esperam da Rio +20 ? 2. O que incluiriam no documento oficial do evento? Leia as opiniões: Luísa Vaz - Coordenadora do Movimento Proparque / FortalezaO que eu espero da Rio+20 é que as propostas que serão apresentadas pelos movimentos sociais reunidos na Cúpula dos Povos sejam consideradas como uma visão e uma colaboração daqueles que historicamente não são ouvidos nas decisões que afetam as suas vidas, como os índios, os quilombolas, os pescadores, as comunidades atingidas por barragens e outros segmentos representados pelos movimentos sociais organizados.
Eu incluiria no documento final maior transparência do que se chama "economia verde" para que esta não use sua denominação para encobrir práticas danosas às pessoas e ao meio ambiente, como o desmatamento das florestas, o uso descontrolado de agratóxicos nas produções agrícolas, a invasão das terras dos índios, a destruição dos manguezais com a criação de camarão, entre outras práticas que certamente buscarão abrigo na cor verde.
Aguinaldo Aguiar - Movimento Proparque Rachel de Queiroz / FortalezaEspero que os representantes das nações avancem no debate sobre a necessidade de equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental com a crescente diminuição do consumismo nos países ricos. Somente os Estados Unidos consomem 40% de toda a energia produzida no planeta.
Incluíria o seguinte: Os 10 países mais ricos do planeta serão os responsáveis, econômica, politica e administrativamente, para garantir o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico com proteção ambiental, de todos as nações do Planeta.
Flávio Rezende – Casa do Bem / NatalSó o assunto estar em pauta já significa grande progresso. Na minha opinião as coisas vão acontecendo aos poucos. Antes ninguém dava importância, hoje chefes de Estado já dedicamparte do seu tempo a estes temas relativos ao meio ambiente, no futuro novas leis vão enquadrar empresas e pessoas, até que será natural o que hoje ainda é motivo de reflexão.
A preservação dos aquíferos seria meu foco, considero a água um dos pontos mais importantes de tudo e que merece bastante atenção, então incluiria uma defesa mais eficaz da preservação dos aquíferos e puniria quem polui as águas.
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